quarta-feira, 12 de julho de 2017

Homem é multado em R$ 3,5 mil por criar em cativeiro sete aves silvestres da fauna nativa

Ocorrência foi registrada pela Polícia Militar Ambiental no Bairro Iandara, em Dracena. Cinco aves foram libertadas pela corporação

Um homem de 35 anos, morador do Bairro Iandara, em Dracena, foi multado em R$ 3,5 mil por manter em cativeiro sete aves silvestres da fauna nativa. A ocorrência foi registrada pela Polícia Militar Ambiental na manhã desta quinta-feira (29).
Em patrulhamento rural e ambiental, uma equipe foi averiguar uma denúncia sobre criadores de passeriformes. Durante a fiscalização, os policiais constataram quatro periquitões-maracanã, dois papagaios-verdadeiros um tiziu, totalizando sete aves silvestres da fauna nativa. Conforme a corporação, os pássaros estavam bem alimentadas e com água em abundância, local arejado e ventilado, sem sinais de maus tratos.
Diante do fato, foi elaborado em desfavor do infrator o auto de infração ambiental na modalidade de multa simples, baseado no disposto do artigo 25, parágrafo 3º, inciso III, da resolução SMA 48/2014, na ação de "ter em cativeiro espécie da fauna silvestre nativa", no valor total de R$ 3,5 mil. Na esfera penal houve “in tese” o cometimento de crime ambiental tipificado no artigo 29, parágrafo 1º, inciso III da Lei Federal 9.605/98.
Os quatro periquitões-maracanã e o tiziu, devido ao estado bravio, foram libertados em seu habitat. Já os dois papagaios-verdadeiros, por não haver local para destinação e apresentar sinais claros de domesticação foi destinado ao próprio infrator.
A ocorrência será apresentada à autoridade competente, conforme normas vigentes, para adoção de eventuais providências na esfera penal via ofício. Consultados os antecedentes criminais do infrator nada constava.


Postado por: Giovana M. de Araújo

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Projeto Ararinha na Natureza reforça plano de conservação da ave em risco de extinção

Ararinha-azul teve população dizimada, sobretudo, devido ao tráfico de animais
Plano de Ação Nacional a Conservação da Ararinha-azul (PAN Ararinha-azul), criado em 2012 pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), agora conta com o reforço do Projeto Ararinha na Natureza.
A iniciativa conta com a parceria da Vale e de organizações da sociedade civil sem fins lucrativos, como o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e a Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil), além de mantenedores da ararinha-azul dentro e fora do País.
Os objetivos são o aumento da população manejada em cativeiro e a recuperação do habitat de ocorrência histórica da espécie, visando à sua reintrodução na natureza.
Originária da região de Curaçá, na Bahia, a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) teve sua população dizimada, sobretudo, devido ao tráfico de animais, e hoje é considerada extinta na natureza. Existem, atualmente, apenas 129 exemplares da espécie, todos em cativeiro. 
Expedições
Ao longo dos últimos meses, foram realizadas sete expedições na região de origem da ararinha-azul, somando 107 dias de trabalho de campo. Até o momento, 163 árvores com ocos potenciais para a reprodução de aves já estão marcadas, medidas e georreferenciadas.
No final da última expedição, encerrada no domingo (19), a equipe contabilizou 40 ovos, 21 deles eclodidos, na estação reprodutiva 2016-2017. “Acompanhamos 15 filhotes, em diferentes estágios de desenvolvimento. Registramos sucesso reprodutivo em pelo menos três árvores e ainda temos muitas imagens de armadilhas fotográficas para analisar”, comemora Camile Lugarini, analista ambiental do ICMBio e coordenadora do PAN Ararinha-azul.
Maracanãs
Nesse esforço pela sua conservação, a ararinha-azul conta com a ajuda de outra espécie: a maracanã-verdadeira (Primolius maracana). Similar à ararinha em termos ecológicos, a maracanã compartilha características como microhabitat, cavidades de nidificação (construção de ninhos) e itens alimentares. Além disso, o último macho de ararinha registrado formou par com uma fêmea dessa espécie.
A região de Curaçá (BA) é marcada pela abundância de maracanãs, que dividem o território com outras 203 espécies de aves de 50 famílias, sendo 28 delas exclusivas da Caatinga.
Nessa área foi proposta a criação de uma unidade de conservação (UC) federal para abrigar os projetos de recuperação da ararinha-azul. “Os resultados embasarão as atividades de reintrodução da ararinha-azul, previstas para 2019, e a implementação da UC federal, cuja criação vem sendo esboçada desde 2012”, explica Camile.
Envolvimento comunitário
Paralelamente ao estudo da maracanã, o Projeto Ararinha na Natureza também busca entender a interação das comunidades com as aves da região, uma vez que a condição econômica desfavorável, a educação ambiental insuficiente e a falta de fiscalização acabam resultando numa grande quantidade de animais comercializados de forma ilegal.
Postado por: Giovana M. de Araújo