sábado, 17 de maio de 2008

Mais de um quarto da fauna do planeta desapareceu desde 1970

da Efe, em Londres

Mais de um quarto da fauna do planeta desapareceu desde 1970 devido exclusivamente à ação do homem, segundo um relatório conjunto da Sociedade Zoológica de Londres e do Fundo Mundial para a Natureza, divulgado neste sábado.

O Índice do Planeta Vivente (LPI, na sigla em inglês), divulgado às vésperas de uma cúpula sobre biodiversidade da ONU, na Alemanha, revela que, de 1970 até 2005, a população animal do mundo reduziu em uma média de 27%.

As espécies que mais sofreram foram as marinhas, entre elas o peixe-espada e o tubarão martelo, que viram sua população diminuir 28%, entre 1995 e 2005, enquanto a população de aves marinhas caiu 30%, desde meados dos anos 90, segundo o relatório.

Para elaborar o LPI, a Sociedade Zoológica observou a evolução de quatro mil populações de 302 espécies de mamíferos, 811 de pássaros, 241 de peixes, 83 de anfíbios e 40 espécies de répteis.

Entre outras coisas, os pesquisadores descobriram que a população de espécies terrestres reduziu 25% entre 1970 e 2005 --os antílopes africanos estão entre os mais afetados--, enquanto as espécies de água doce diminuíram 29%, entre 1970 e 2003.

Suspeita-se que o "baiji" ou golfinho do rio Yangtze (China) pode ter sido totalmente extinto.

O índice revela que o declive da fauna foi mais drástico nos países tropicais de América Latina, África e Sudeste Asiático, vítimas de uma rápida industrialização, enquanto na Europa e na América do Norte o processo foi mais lento.

Embora o WWF (Fundo Mundial para a Natureza) e a ZSL (Sociedade Zoológica) elaborem estudos periódicos sobre tendências na natureza, este último foi feito especialmente para a reunião da Convenção sobre Diversidade Biológica, em Bonn, para "alertar os Governos sobre a alarmante perda de biodiversidade", disse à Efe um dos autores, Jonathan Oloh, da ZSL.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Fauna Silvestre: Seu Atropelamento ameaça a natureza

28/01/08 - Atropelamento da fauna silvestre ameaça a natureza


Por: Vivian R.Baptista-Maria
Fundação Neotrópica do Brasil

A observação de animais silvestres em seu ambiente natural é sem dúvida um dos principais atrativos nos destinos direcionados ao turismo de natureza, como os da Serra da Bodoquena/MS.

No entanto, nos últimos anos, vem crescendo os impactos causados à conservação da fauna silvestre, em especial por atropelamentos nas estradas e rodovias da região. O problema é, ainda, mais grave, uma vez que, em muitas destas áreas, de relevância ambiental como o banhado do rio Formoso e Prata, os animais silvestres em sua maioria são espécimes ameaçadas de extinção.

Nos períodos mais secos, as valas do acostamento são as últimas partes a secar, assim fornecendo fonte de água e abrigo das queimadas de campos e pastos. Esta é também a época de reprodução da maior parte das espécies e a alta estação para o turismo. Por conseqüência, o tráfego de veículos cresce exatamente na mesma época que os animais estão em busca de parceiros, alimentos e água, ficando ainda mais vulneráveis.

Exemplos destes desastres ambientais, são diariamente registrados, para conhecimento encontramos na semana passada, uma Anta (Tapirus terrestris) atropelada na Rodovia Bonito-Fazenda São Geraldo, ainda viva, tudo indica que estava amamentando um filhote e tinha outro no ventre. Com auxilio e apoio da Fundação Neotrópica do Brasil (ONG ambiental de Bonito), contactamos a Polícia Ambiental do município de Bonito e o veterinário Mário Vieira Pedro (Baía Bonita), para efetuar o resgate do animal. O mesmo foi transferido para uma baia do Clube do Laço, mas infelizmente 2 horas depois morreu.

Assim sendo, agradecemos a todos da Policia Ambiental de Bonito, ao veterinário Mário, ao Valter (Formoso Vivo), ao proprietário rural Antonio Piccinin e ao Junior Faria (concedeu a baia), pelo apoio ao resgate.

Animal silvestre (Anta) vítima de atropelamento na rodovia Bonito-Fazenda São Geraldo, Serra da Bodoquena/MS, após resgate não resistiu aos ferimentos.

Ação da Polícia Ambiental, proprietários rurais locais, veterinário do Baía Bonita e Fundação Neotrópica do Brasil, em prol a conservação da região.

Uma das estratégias para reduzir os atropelamentos, seria a criação de um grupo multidisciplinar, envolvendo biólogos, técnicos ambientais, engenheiros de tráfego, incluindo as instituições que já participam do levantamento dos animais atropelados, que trabalhariam na perspectiva de estabelecer um conjunto de ações mitigadoras.

Entre as ações previstas sugerimos:

- estudo da biologia/ecologia das espécies;

- implantação de dispositivos e mecanismos que impeçam ou facilitem a passagem dos animais pela rodovia de maneira segura (túneis, pontes, cercas, refletores, redutores de velocidade e placas de sinalização);

- a criação de um Programa de Educação Ambiental direcionado à comunidade, conscientizando-os das implicações dos atropelamentos para a fauna local.

Preocupada como sempre, com a qualidade de nosso meio ambiente, a partir do alto índice de atropelamento de animais silvestres nas rodovias da região, a Fundação Neotrópica do Brasil, resolveu divulgar este acontecimento e ressaltar que este problema está entre as questões que envolvem a ameaça das espécies da fauna brasileira.

Fonte: Vivian R.Baptista-Maria

http://www.portalbonito.com.br/cultura/noticias_ler.asp?id=12130